domingo, 11 de março de 2012

30 kg A MENOS: PROFESSORA DA PB COMPULSIVA POR DOCES VENCE A BALANÇA


Ingrid aparece andando de caiaque (à esq.) em janeiro de 2007, com 83 kg, e à direita na semana passada, com 59,5 kg, quase 4 anos após o início da reeducação alimentar e dos exercícios (Foto: Arquivo pessoal)
Compulsiva por doces, a professora de inglês Ingrid Pombo, de 24 anos, chegava a devorar uma lata inteira de brigadeiro numa única tarde, antes de eliminar 30 kg com reeducação alimentar e exercícios físicos.

"A compulsão é algo com que vou ter que lidar o resto da vida. Sempre terei tendência a abusar, mas hoje me controlo. Substituí o chocolate por barra de cereal e troquei o açúcar branco pelo tipo demerara, mais saudável", cita a moradora de Campina Grande (PB).

  O desejo de mudança começou na Páscoa de 2008, após passar mal de tanto comer. Foi então que ela prometeu que nunca mais se sentiria assim por causa dos excessos alimentares. Mirou o aniversário como meta, em outubro daquele ano, e, uma semana antes do prazo estabelecido, alcançou seu objetivo.

A obesidade grau 1 – 88 kg em 1,63m de altura – não incomodava apenas Ingrid, mas também sua mãe, que é magra e vivia insistindo para que a filha emagrecesse. Já o pai pesa cerca de 150 kg.

  "Ela não aceitava minha gordura, escondia comida em casa, prometia me dar viagem e até dinheiro se eu perdesse peso. Mas só emagreci quando eu quis", conta ela, que fez a primeira dieta aos 9 anos, perdeu 9 kg, mas voltou a engordar na adolescência.

Em 2009, um ano após baixar para 58 kg – hoje já ganhou 1,5 kg, mas de massa muscular –, a mãe lhe deu um presente diferente: pagou uma cirurgia plástica para Ingrid retirar o excesso de pele na barriga e pôr silicone nos seios, que ficaram flácidos.

Com a mudança na silhueta, algumas peças do guarda-roupa antigo foram ajustadas e, quando chegou à meta final, a professora de inglês pegou um dinheiro na poupança reservado para conhecer a Europa e usou na renovação do armário.

"Comprei roupas de marcas famosas da cidade, para provar que eu podia entrar nelas. Agora estou economizando de novo, para viajar no ano que vem", destaca a paraibana, que vivia chorando e desistindo de ir aos lugares porque nada lhe servia.

(Re)encontro inesperado
 
Três meses depois da cirurgia plástica, Ingrid conheceu o primeiro namorado. Ela havia ido com algumas amigas a um barzinho de Campina Grande, onde avistou um jovem interessante. Os dois trocaram olhares, mas não passou disso – o rapaz foi embora logo, por insistência do irmão.

Na semana seguinte, o casal se reencontrou por acaso na porta de uma festa, e Lisandro foi lembrá-la da ocasião anterior.

"Ficamos nesse dia, no fim de 2009, e estou muito feliz com ele. Eu era solteira convicta e, nas baladas, os meninos só ficavam comigo quando já estavam meio bêbados. Todo mundo dizia que eu tinha um rosto lindo, pena que era gorda", lembra.

Segundo a paraibana, o namorado, mesmo não tendo problema de peso, também resolveu abolir da dieta batata frita, bolacha recheada e afins, para apoiar a companheira em uma vida mais saudável. "Ele sente muito orgulho de mim", diz.

Hoje em dia, a autoestima de Ingrid melhorou e ela atrai também a atenção de quem frequenta a academia, aonde vai de segunda a sexta, por 1h30 a 2h.

Malhação pesada
No início da perda de peso, a professora de inglês praticava boxe e tênis três vezes por semana. Há um ano, além de pegar peso na musculação, corre 30 minutos na esteira três vezes por semana, a uma velocidade de 10,5 km/h, e faz spinning duas vezes.

O professor de bicicleta, Geraldo, tem ajudado muito a aluna a acelerar o ritmo. Ele também lhe indicou um nutricionista, com o qual Ingrid faz acompanhamento alimentar.

"Aos finais de semana, jogo tênis com meu namorado durante 1h30 a 2h. Para mim, exercício é religioso. Descobri que tenho muita energia e adoro gastar, e só sabe disso quem experimenta", ressalta a paraibana.

Ela ainda quer ganhar 2 kg de massa muscular para acabar com a flacidez do bumbum e da parte interna da coxa, e diminuir o percentual de gordura de 18% para 16%.

"Até minha imunidade melhorou. Faz um ano que não pego gripe ou resfriado, mesmo ficando ao lado de pessoas doentes. Antes, o que havia de surto me atingia", compara.

O problema na coluna lombar, que já havia levado Ingrid ao hospital para tomar injeção e a deixado de atestado médico, também desapareceu. Além disso, a jovem agora assiste às colegas de trabalho ficarem ofegantes ao subir três andares de escada, enquanto ela mantém o fôlego e a disposição.

Comida leve
Junto com a atividade física, a professora de inglês conseguiu emagrecer fazendo uma mudança radical na dieta. No começo do namoro, ela voltou a engordar – 6 kg – e se preocupou com o efeito sanfona. Foi então que cortou de vez frituras, biscoitos, refrigerante, álcool e embutidos, como salsicha e presunto.

"Não ia pôr tudo a perder e voltar ao peso de antes. No início, não havia feito restrições severas para não sofrer de uma hora para a outra. Mas esses alimentos eu acabei eliminando. Hoje, quando vem alguém me oferecer algo muito gorduroso, já não acho tão gostoso", diz.

Ingrid, que não comia nenhuma verdura e só banana de fruta, incluiu nas refeições principais alface, acelga, espinafre, rúcula, cenoura, beterraba, tomate, repolho roxo e pimentão amarelo. Quanto às frutas, agora come maçã, goiaba, kiwi, mamão, abacaxi, melancia e melão, que, segundo ela, engordam pouco e saciam muito.

Em relação aos líquidos, a paraibana passou a tomar até 3 litros de água por dia – antes só bebia quando sentia sede – e sucos naturais de acerola, limão, manga, goiaba, uva e laranja.

"Estou me acostumando com o gosto da manga e da uva sem açúcar. A laranja eu já não adoço", conta a professora de inglês, que se alimenta de 3h em 3h, em pequenas porções. Ela descobriu, ainda, os benefícios da aveia, da granola e da linhaça.

Autoestima amiga

 
Com toda essa revolução pessoal, Ingrid melhorou a imagem que tem de si mesma e também como os outros a veem.

"A mãe de uma amiga é psicóloga e me disse que mudei ainda mais de dentro para fora, pois amadureci e estou com alegria no olhar. Antes eu me sentia triste, fraca, abatida, passiva. Agora sei o que quero, traço metas e tenho força. Não me deixo vencer", afirma.

Ingrid enfatiza que realmente ficou mais equilibrada e está, inclusive, transmitindo um estilo de vida mais saudável para toda a família. "Passamos a comer arroz integral e carne grelhada no almoço", cita a paraibana.

Este ano, completam quatro anos da conquista de Ingrid. "Pelo tempo, acredito que essa já seja uma vitória consolidada. Aprendi que determinação e força mental valem muito. E fiz tudo isso não só por estética, mas também pela minha saúde. Hoje me sinto livre, leve e solta", define-se.

G1

Blog Ciências e Educação

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