segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Previsível, especial de Didi derrapa em má interpretação de Anitta



A cantora Anitta e o humorista Renato Aragão na apresentação de Didi e o Segredo dos Anjos à imprensa
Por Raphael Scire


Renato Aragão é declaradamente um humorista para crianças. Já afirmou, inclusive, que para criticar seus filmes, é preciso assisti-los "de calça curta". O telefilme Didi e o Segredo dos Anjos, exibido na tarde de domingo (21 de dezembro) pela Globo, é mais um exemplar desse humor infantil do criador de Didi Mocó, seu mais famoso personagem. 
O mundo sobrenatural parece ter sido eleito a aposta da Globo recentemente. Assim como Alto Astral, a trama das sete, Didi e o Segredo dos Anjos também flerta com seres de outro mundo. No telefilme, Didi é um andarilho que, em sonho, recebe a missão de uma deusa (mal) interpretada pela cantora Anitta de manter um elo entre a Terra e seres celestiais. Só que pouca gente acredita na história, a não ser a menina anjo da guarda Tita (Mel Maia).

Por se tratar de um filme infantil, o maniqueísmo é bem delineado. Personagens bons versus maus, todos vestidos de preto, para que não haja dúvidas de quem é quem. Os vilões, porém, pecam pelo excesso de caras e bocas. Ernani Moraes (Nicolau) não economiza em caretas e tem direito, inclusive, à já esperada gargalhada maligna.
Quem já assistiu a algum episódio ou filme de Os Trapalhões encara Didi e o Segredo dos Anjos com previsibilidade. Nesse ponto de vista, o protagonista pode ser interpretado como ultrapassado: Didi não é santo e, no estilo naïf, com a melhor das intenções, apronta várias, mas sempre se dá bem no final. O telefilme tem até a bonitona por quem ele se encanta mas que não dá em nada _no caso, a cantora Anitta. Para as crianças, porém, os entreveros nos quais Didi se mete são novidades engraçadas e ele cumpre o seu objetivo principal, o de se comunicar com os pequenos.

Renato Aragão em cena do telefilme exibido pela Globo: imagem preservada
O riso com Didi, de fato, é solto; seu carisma é inegável e há ainda outra característica impressionante: o humor físico, principalmente se levarmos em conta a idade de Aragão, 79 anos. Ele pula, rodopia, dá cambalhotas como uma criança e, ainda que com auxílio de dublês, mostra no vídeo uma vitalidade invejável.
Outro trunfo do telefilme é o elenco. Lima Duarte, figura que anda sumida das produções da Globo, dá vida ao personagem Sábio e mostra uma veia cômica pouco vista na televisão. É uma pena que esteja afastado nos últimos tempos.
Cenários suntuosos _com uma pegada de Castelo Rá-Tim-Bum_ e bons efeitos especiais contribuem para abrilhantar e agigantar o especial.
Certamente, no caso de Renato Aragão, é acertada a decisão de exibir programas especiais ao longo do ano em vez de semanalmente; faz bem para a imagem do humorista e é uma maneira de não cansar o personagem perante o público. Além disso, não desprestigia uma figura tão emblemática para a TV brasileira.  

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